2011/10/28

Patologias da voz, benignas e malignas

Um alerta à sintomatologia


Manuel Vicente, agricultor, de 58 anos, estava rouco há um ano. Família e amigos não se cansavam de dizer para ir ver o que se passava. Manuela, sua mulher, foi deixando o tempo passar porque ele dizia sentir-se bem. Mas em Agosto do ano passado decidiu levá-lo ao médico de família em Coruche.

«O doutor disse-nos para ir o mais depressa possível ao médico da garganta», diz Manuela Vicente, que prefere falar na vez do marido porque neste momento é das poucas pessoas que o entende.

O Dr. Pedro Montalvão, otorrinolaringologista no Instituto Portugês de Oncologia (IPO), não tem dúvidas:

«O que acontece na maior parte das vezes é que as pessoas deixam arrastar os sintomas por demasiado tempo e quando recorrem à consulta a patologia está muito avançada.»

No caso de Manuel foi detectado um tumor maligno na laringe, que foi removido com uma laringectomia parcial.

«Como é óbvio, a qualidade da voz não é a mesma mas pelo menos não foi preciso recorrer à cirurgia mutilante, em que se retira a laringe na totalidade», explica o otorrino, sublinhando que essas são consideradas as situações mais graves.

A maior parte dos tumores da laringe manifesta-se desde muito cedo com uma disfonia ou rouquidão, pelo que Pedro Montalvão alerta para os sintomas que se prolongam por mais de três semanas e em que aconselha uma visita urgente ao otorrinolaringologista.

Se assim for os tumores detectados ainda são possíveis de curar através de microcirurgias laser da laringe.

«Tendo o tumor um tamanho intermédio já terá de se avançar para as cirurgias parciais, como foi o caso de Manuel Vicente», refere o especialista.

E continua: «Todos os tipos de lesões são possíveis de detectar através do principal exame de diagnóstico, a endoscopia laríngea».

Há 20 anos, os doentes chegavam à consulta com patologias mais avançadas. Graças às sucessivas campanhas este cenário tem mudado e muito.

«Temos feito campanhas de motivação e explicação em conjunto, por exemplo, com professores e terapeutas da fala» concretiza o nosso interlocutor.

Não obstante, os casos de tumores em estado avançado não deixam de surgir.

«São essencialmente pessoas de baixo nível social e que não estão atentas aos sintomas ou outras que não vivem no centro e, por isso, têm difícil acesso a um otorrino», diz Pedro Montalvão, reforçando que «o mais importante é evitar o tabaco e o álcool».

Manuel Vicente foi operado há seis meses.

«Ainda esteve em lista de espera durante vários meses. Enquanto isso, fez muitos exames e ia às consultas no IPO», conta Manuela, que reconhece que antes da operação o marido «bebia e fumava um bocadinho».

O tabaco e o álcool são dois factores de risco que se potenciam e os principais responsáveis pelo grande número de tumores da laringe e do pulmão.

«No nosso País, e em todo o Sul da Europa, a percentagem de tumores da supraglote, uma das partes da laringe, é extremamente alta. Temos de beber menos e fumar menos. Há uns anos, era sete vezes mais frequente os homens sofrerem de tumor na laringe. Hoje, a frequência é quase igual nas mulheres porque têm vindo a adquirir o mau hábito de fumar», afirma o otorrinolaringologista. Fonte:Sapo


Se estiver a sentir sintomas anormais procure um "médico da garganta"! Pela sua saúde!

Um conselho da VOZ DE LISBOA :)

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